Pular para o conteúdo principal
"Quando chega a Sexta, meu coração se alegra, ele sabe que vestirei branco. As crianças fazem ciranda ao meu redor, sabem que a noite chega, que é hora de trabalhar. Quando salvo o terreiro, sinto papai Oxalá me abraçar e o ouço dizer com a voz mansa em meu ouvido: “ bem-vindo, meu filho”. Na oração inicial, na defumação, meus problemas se foram, mas não guardados para depois pegar de volta, sim para nunca mais nos encontrarmos. Quando o Atabaque chora, sinto meus guias chegarem. Marinheiros, Boiadeiros, Ibeijada, dançam e correm com glamour e simplicidade, uma mistura que apenas eles sabem. Eu não estou lá para admirar, deixo meu corpo em boas mãos e na cachoeira perto da lama de minha mãe, vou mergulhar. Mas assim como as danças, bebidas e risadas, há também os conselhos sábios e as puxadas de orelha, como quando meus pretos velhinhos queridos vêm. Quando o Atabaque para, meu anjo da guarda vem me chamar, já trabalhei o que tinha que trabalhar por hoje. Meu coração se aperta por ter que deixar meu branco e o terreiro agora, mas logo se alegra, pois sabe que meus guias estarão comigo sempre e que metade de meu coração fica lá. Salvo o terreiro, agradecendo a todos os Orixás, Guias e ao meu Pai de Santo que se despede de mim com um: “Siga com a luz de Oxalá". Isso toda semana, festas, danças e puxões de orelha. Por isso, eu amo muito tudo isso. Por essas e outras, eu amo a Umbanda." 🕊️
Postagens mais visitadas deste blog
Comentários
Postar um comentário