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Sociedade Espiritualista CASA DE OGUM SETE ESPADAS E IANSÃ E IGBALE,!
Curso de Umbanda
OXALÁ
Orixá masculino, de origem Ioruba (nagô) bastante
cultuado no Brasil, onde costuma ser considerado a
divindade mais importante do panteão africano. Na África é
cultuado com o nome de Obatalá. Quando porém os negros
vieram para cá, como mão-de-obra escrava na agricultura,
trouxeram consigo, além do nome do Orixá, uma outra
forma de a ele se referirem, Orixalá, que significa, orixá dos
orixás. Numa versão contraída, o nome que se acabou
popularizando, é OXALÁ.
Esta relação de importância advém de a organização
de divindades africanas ser uma maneira simbólica de se
codificar as regras do comportamento. Nos preceitos, estão
todas as matrizes básicas da organização familiar e tribal,
das atitudes possíveis, dos diversos caminhos para uma
mesma questão. Para um mesmo problema, orixás diferentes
propõem respostas diferentes - e raramente há um acordo
social no sentido de estabelecer uma das saídas como correta e a outra não. A jurisprudência
africana nesse sentido prefere conviver com os opostos, estabelecendo, no máximo, que, perante
um impasse, Ogum faz isso, Iansã faz aquilo, por exemplo.
Assim, Oxalá não tem mais poderes que os outros nem é hierarquicamente superior, mas
merece o respeito de todos por representar o patriarca, o chefe da família. Cada membro da
família tem suas funções e o direito de se inter-relacionar de igual para igual com todos os outros
membros, o que as lendas dos Orixás confirmam através da independência que cada um mantém
em relação aos outros. Oxalá, porém, é o que traz consigo a memória de outros tempos, as
soluções já encontradas no passado para casos semelhantes, merecendo, portanto, o respeito de
todos numa sociedade que cultuava ativamente seus ancestrais. Ele representa o conhecimento
empírico, neste caso colocado acima do conhecimento especializado que cada Orixá pode
apresentar: Ossâim, a liturgia; Oxóssi, a caça; Ogum, a metalurgia; Oxum, a maternidade;
Iemanjá, a educação; Omolu, a medicina - e assim por diante.
Se por este lado, Oxalá merece mais destaque, o considerá-lo superior aos outros (o que
não está implícito como poder, mas sim merecimento de respeito ao título de Orixalá) veio da
colonização européia. Os jesuítas tentavam introduzir os negros nos cultos católicos, passo
considerado decisivo para os mentores e ideólogos que tentavam adaptá-los à sociedade onde
eram obrigados a viver, baseada em códigos a eles completamente estranhos. A repressão pura e
simples era muito eficiente nestes casos, mas não bastava. Eram constantes as revoltas. Em
alguns casos, perceberam que o sincretismo era a melhor saída, e tentaram convencer os negros
que seus Orixás também tinham espaço na cultura branca, que as entidades eram praticamente as
mesmas, apenas com outros nomes.
Alguns escravos neles acreditaram. Outros se aproveitaram da quase obrigatoriedade da
prática dos cultos católicos, para, ao realizá-los, efetivarem verdadeiros cultos de Umbanda,
apenas mascarados pela religião oficial do colonizador. Esclarecida esta questão, não negamos as
funções únicas e importantíssimas de Oxalá perante a mitologia ioruba.BABALORIXA EURIPEDES
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