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Gaston Bachelard10excitação que a filosofia da poética necessita. As mais frias metáforas transformam-se realmente em imagens, através da chama, tomada como objeto de fantasia. Ainda que muitas vezes as metáforas nada mais sejam do que transmutações do pensamento numa vontade de dizer melhor, de dizer de maneira diferente, a imagem, a verdadeira imagem, quando é vivida primeiro na imaginação, deixa o mundo real e passa para o mundo imaginado, imaginário. Através da imagem imaginada conhecemos esta fantasia absoluta que é a fantasia poética. Correlatamente, como tentamos provar em nosso último livro — mas será que um livro acaba alguma vez de descrever toda convicção de seu autor? —, conhecemos nosso sonhador produtor de fantasias. Um ser sonhador feliz de sonhar, ativo em sua fantasia, contém uma verdade do ser, um destino do ser humano.Entre todas as imagens, as imagens da chama — dasmais ingênuas às mais apuradas, das sensatas às mais loucas— contêm um símbolo de poesia. Todo sonhador inflamado é um poeta em potencial. Toda fantasia diante da chama é uma fantasia admiradora Todo sonhador inflamado está em estado de primeira fantasia. Esta primeira admiração está enraizada em nosso passado longínquo. Temos pela chama uma admiração natural, ouso mesmo dizer: uma admiração inata. A chama determina a acentuação do prazer de ver, algo além do sempre visto. Ela nos força a olhar.A chama nos leva a ver em primeira mão: temos mil lembranças, sonhamos tudo através da personalidade de uma memória muito antiga e, no entanto, sonhamos como todo mundo, lembramo-nos como todo mundo se lembra —então, seguindo uma das leis mais constantes da fantasia diante da chama, o sonhador vive em um passado que não é mais unicamente seu, no passado dos primeiros fogos do mundo!!SARCEDOTE DE UMBANDA PAI EURIPEDES DE OGUM!!
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